quinta-feira, 10 de abril de 2008

Autonomia... serei eu autónomo ou subalterno???


Ora, meus caros......... uma boa questão, não??

Já cada um de nós a fez, na sua prática constante do dia-a-dia?????


Estou certo que o subconsciente está constantemente a fazê-la, mas conscientemente ignoramo-lo....... Dizem outros: "só ouvimos o queremos ouvir"


A formação do enfermeiro pauta-se pelas AVDs (actividades da vida diária) ou Necessidades Básicas do Ser Humano. Neste contexto, pode-se inferir à primeira apreciação que estamos a estudar coisas tão simples como higiene, vestir-se, alimentar-se, entre outros. Estes termos simples que banalizamos, no dia-a-dia, são duma complexidade extrema quando estamos sujeitos a contingências provocadas pela doença. É aqui que o enfermeiro exerce toda a autonima, com conhecimento técnico-científico para cuidar das necessidades básicas.

Vamos ser mais práticos: um doente com AVC (acidente vascular cerebral) nucleo capsular dto, como consequência este doente tem necessidades básicas afectadas: mobilidade, eliminação, entre outras. O Sr Enfermeiro inicia através de um diagnóstico os seus planos para rapidamente dar cobro a tais limitações ao paciente, intervêm Enfermeiro de Cuidados Gerais, Enf Especialista em Reabilitação.

Equipa de Enfermagem na sua plena autonomia, sem depender absolutamente de ninguém.


Mas será este o cenário dos nossos dias?????


Poderá ser para uns, numa percentagem quase ínfima.......... A realidade é cumprir prescrições farmacológicas, preocupar-se com logistica, papeis, no fundo, trabalho subalterno. Ainda temos a noção plena que se fizermos o que o outro prescreve, está tudo feito e não precisamos de mais nada. Fruto desta cultura estamos onde estamos: sem respeito por nós e dos outros por nós, sem auto-confiança, sem autonomia, sem estatuto, sem remuneração digna, muito depressivos, a inquistar como eu, pensamentos nos blogues sob profundo anonimato.


Vamos mudar a nossa imagem, ser mais enfermeiros e não meros tarafeiros de outros.

Para mudar o lado da produção dos outros, que têm sempre o estatuto, e são totalmente dependentes de nós, mas que perante "louros" afirmam-se como os mentores de tudo.


Imponham as vossas opiniões, devidamente fundamentadas, defendam os vossos comportamentos.


Comecem a mudança já hoje, agora, neste mesmo momento. "não deixes para amanhã, o que podes fazer hoje"

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Colega,
Percebo o seu desânimo em relação ao estado actual da profissão. Percebo até que queira partilhar os seus conhecimentos e experiências por forma a validar os seus pontos de vistas e daí partirmos para uma discussão saudável. Mas não dê erros ortográficos nem se contradiga!! Um blogue é um meio de comunicação para se chegar às massas...ao público em geral...aquele público que desconhece essa realidade tão própria da enfermagem portuguesa. E só por isso merece respeito.
Não me parece que a mensagem que está a passar da Enfermagem seja a mais correcta e a forma como o está a fazer muito menos.
Passo a citar excerto de Lucilia Nunes no II Congresso Ordem dos Enfermeiros:
"De acordo com o REPE, as intervenções de enfermagem são autonomas e interdependentes - e a diferença está no prescritor, em quem inicia o processo de prescrição dos cuidados. Por isso diria que os enfermeiros prestam cuidados sempre de forma autonoma.
O enfermeiro não é o profissional que age por indicação de outrém. A interdependência configura-se simplesmente em relação ao início do processo prescritor e mesmo quando outro profissional prescreve, é o enfermeiro que assume a responsabilidade pelos seus próprios actos e pelas decisões que toma."
Em relação ao seu último post sobre SAV em que compara os enfermeiros a mandatários de Deus devo dizer-lhe que, até prova em contrário, todos as pessoas em situação de PCR devem ser sujeitas ao dito SAV ou SBV consoante o contexto, pessoal e equipamento disponivel. Interessa sim, caro colega, compreender que parametros estão inerentes ao "até prova em contrário". Aconselho uma leitura interessante e recente que certamente irá ilucidar o colega sobre essa temática. Está presente no site da Associação Portuguesa de Bioética ( http://www.apbioetica.org/gca/index.php?id=272&idbloco=333)
A Enfermagem dos nossos dias não tem porque ser laica...contudo Deus não é um papel a associar aos profissionais de saúde...até prova em contrário.
Aproveito e despeço-me, identificando-me, até porque concordo com o caro colega anónimo quando diz:"Vamos mudar o nosso comportamento: identifiquem-se com o nome e apelido, digo apelido porque completa em pleno a nossa identificação"

Um grande bem haja,
Enfermeiro João Brandão
quando

montain disse...

Caro colega,

Aconselho-o também a visitar o blogue doutorenfermeiro.blogspot.com, onde é referida a Srª Enfª Lucília Nunes e a sua postura sobre a autonomia.

Grato pelo comentário