
Caros visitantes do blogue:
Estive ausente, mas não menos atento.
O livro "De iniciado a perito" é mais uma pérola da Enfermagem.
É das melhores argumentações que se podem manifestar nas reuniões sindicais / MS.
Tal como em qualquer profissão, o iniciado é um mero tarefeiro, a tentar abarcar a eficiência do perito, ser rápido, seguro, iniciar a perspicácia, sem grande poder de argumentação, no fundo, a caminhar numa estrada segura mas com as suas fissuras.
O perito tem uma amplitude de actuação tão eficiente que percepciona um problema só pela observação, escuta do paciente.
Sabe, sente, argumenta, tem a segurança e certeza de que a sua percepção é a realidade, promovendo uma rapidez no tratamento e restabelecimento.
É aqui que o argumento da remuneração, respeito, importância, experiência se encaixam na perfeição.
Exemplo prático:
Um iniciado perante um EAP, refere que o dte está dispneico, mt diaforético, agitado, hipoxemico, autonomamente inicia O2, tenta acalmar o dte, aguarda intervenção clínica.
Um perito, inicia antes de o não-enfermeiro chegar, procedimentos que farão toda a diferença, algaliação, O2 em alto débito, 2 PVP, e se for uma equipa perfeitamente dinâmica e sem obstáculos, inicia fármacos de eleição.
Aqui reside a diferença! Quem beneficia totalmente é sem dúvida o paciente.
Outros exemplos podem ser dados e explanados, mas fica para quem me ouve, e não para quem me lê, lol.
O enfermeiro perito é o profissional mais credênciado de qualquer serviço onde trabalhe, não tenham sombra de dúvida!
Mas o que faz "saltar" de inicado a perito?????
Simples, a audácia, o tempo, o interesse, a motivação, a formação num determinado serviço, creio que no mínimo entre 8 a 10 anos será a média, falamos em média, existem sempre desvios padrões, lol.
Ora, num serviço onde a rotatividade seja mola de acção, tirem conclusões.
Mas, não esquecer, o perito volta a iniciado sempre que muda de serviço. Daí eu aconselhar a OE, a promover um maior número de opções para especialização. Pois de nada vale ser especialista num serviço, onde não exerço essa soberania de conhecimentos. Onde faço a diferença??
A motivação de ser enfermeiro especialista / perito / sénior / graduado em patologia do foro cardiaco, faz toda a diferença. Promovendo que o enfermeiro se sinta autónomo, investigador, professor e se mantenha anos sem fim naquele serviço. Não observamos os não-enfermeiros a "saltar" de especialidade em especialidade, de serviço em serviço.
Se não querem atribuir especialidades, então atribuam graus de pericidade nas diversas áreas (medicina interna, NCR, CCT, etc), com a respectiva remuneração e estatuto.
Por exemplo,
Quando me apresento ao dte, digo sou o Enf. X, graduado (sénior, perito, especilizado) em medicina interna. (o nome é discutível, fica para os gramáticos e semânticos)
Para terminar,
ainda tenho a manifestar o meu total desagrado pela chefia que tem especialidade em pediatria, mas exerce gestão em cuidados de enfermagem neurocirúrgicos que tem pouco ou nada da supremacia de conhecimentos específicos que aprendeu! Brada só de ver esta inércia, retrocidade na mente dos Enf Directores, Supervisores e Chefes.
Não vejo, nenhum não-enfermeiro ser chefe de serviço de obstetrícia, e ser especialista em CCT.
Cumprimentos a todos.
1 comentário:
Palavras para quê?!
quando iniciei funções no meu serviço senti-me precisamente uma mera tarefeira. Era capaz de reconhecer situações clínica emergentes e sabia o que tinha a fazer, mas não raciocinava mais além.
Hoje passado algum tempo sinto-me mais autónoma, mas cada vez vejo mais longe a meta a que me propus. Quanto mais sei, menos sinto que sei.
Por outro lado, quanto mais tento saber e mais interesse tenho em aprender, pior é a minha relação com quem rege o nosso sistema de saúde, que permite ou ignora certas atrocidades.
já dizia alberto caeiro, sem dúvida o melhor dos heterónimos do Pessoa, na ignorância reside a felicidade. Mas perante a vida de uma pessoa não podemos ter esta ligeireza de pensamento.
Cruzar os braços? Nem pensar!
Tentar mudar "isto"?
fico-me pela rectórica.
Passando a uma vertente mais prática.
O que precisamos para um dia sermos peritos? Além da motivação que parte de nós, não devemos olvidar a responsabildade que os nossos chefes e instituição têm neste nosso percurso. Um x nº de horas e uma ajuda de custo, ambos devidamente justificados, para apostar na melhoria dos cuidados do serviço é uma ideia pertinente, mas que não é posta em prática.
Tenho apenas alguns meses de trabalho, mas já muitos sapos político-burocráticos engolidos e, por enquanto, recalcados
Bem, posto isto, queria pedir desculpa pelo longo testamento, mas não tive tempo de fazer um mais pequeno :)
LOLOLOLOLOL
Cumprimentos
AMMR
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